Uma
das frases mais populares em nosso país é que quem tem dinheiro “tem amigos”,
coloquei entre aspas porque o ditado, na verdade, quer dizer que estes amigos
quase nunca o são de verdade, são somente pelas circunstâncias, isto é, pelo
que a pessoa que tem dinheiro pode proporcionar para aquelas que estão ao
redor; outro ditado semelhante é o que se refere aos amigos de copo, isto é,
aqueles que são amigos enquanto que há bebidas, principalmente quando se tem
alguém que pode pagar as bebidas, mas nunca são ou raramente são amigos com
quem se pode contar para a confidencialidade, para se abrir o coração e coisas
semelhantes.
De fato, a piedade com contentamento é grande fonte de lucro,
pois nada trouxemos para este mundo e dele nada podemos levar; por isso,
tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos. Os
que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos
descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na
destruição, pois o amor ao dinheiro é raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro,
desviaram-se da fé e se atormentaram a si mesmas com muitos sofrimentos.
Você, porém, homem de Deus, fuja de tudo isso e busque a justiça, a piedade, a
fé, o amor, a perseverança e a mansidão (1 Timóteo 6:6-11).
Esta
passagem da primeira carta do apóstolo Paulo a Timóteo alerta sobre o dano que
o amor ao dinheiro causa no coração do homem de maneira geral, inclusive, aos
que afirmar serem cristãos.
No
primeiro parágrafo deste texto eu relatei como há pessoas com boas condições
econômicas, mas que, ainda que rodeada de pessoas, têm dificuldades de terem
verdadeiras amizades. Mas a vida me ensinou outra coisa, me ensinou que há pessoas
que na pobreza, ou no pouco, eram amigas, eram irmãs, mas que no decorrer da
história, no caminhar da vida, uma ou umas destas alcança/m riquezas ou mesmo
uma situação econômica privilegiada e, a partir daí, passa/m desfazer, a julgar
àquela pessoa, que antes era amiga, devido ao fato da mesma não lograr o mesmo “êxito”,
então a amizade que existia na pobreza, que existia nos tempos de escassez,
amizade que, na época, era real, desaparece como poeira no ar, como a neblina
que vai sendo invadida pelo sol.
É
impressionante como nós medimos as pessoas a partir do que temos, como nós
valorizamos mais o ter do que o ser. No parágrafo anterior eu coloquei a
palavra êxito entre aspas, assim o fiz porque não enxergo, principalmente a
partir da Bíblia, como também tendo a ratificação da vida, êxito pelo que temos
e sim pelo que somos, e sim pelo ombro amigo que nos tornamos para outro, como
um refúgio para os que estão em desespero, como compreensão e palavra de
transformação para os que estão em mal caminho, como ajuda para os
necessitados, etc, quem cresce assim, quem atinge esta maturidade realmente
logrou ÊXITO. Todavia a sociedade em que vivemos prefere o dinheiro o que os
amigos, prefere o amigo de copo do que os amigos verdadeiros, prefere a
relatividade que o dinheiro adquire do que a concretude de uma amizade, de um
relacionamento real, relacionamento este que tem base em quem o outro é e não
no que o outro tem.
Por
último, mas não menos importante, ao contrário, mais importante, voltando ao
que Paulo escreveu a Timóteo também a nós, digo que as ditas igrejas
evangélicas, em uma grande parte, tem enveredado pelo caminho do ter em
contrapartida do ser, tanto no que ela têm se tornado como no que elas têm oferecido,
é só olharmos ao redor e veremos que a ostentação, a promessa de riquezas têm
tomado lugar da valorização do outro, de ser socorro para outro, de amar o
outro em todo o tempo, de ensinar a amar sem acepção e a ter misericórdia de
todos, etc.
Quero
crer que o texto já é o suficiente para lhe levar à meditar sobre o tema e sobre
o que estamos nos tornando, mas ainda quero deixar alguns versículos: E propôs-lhe uma parábola, dizendo: A herdade de um homem rico tinha
produzido com abundância; E arrazoava ele entre si, dizendo: Que farei?
Não tenho onde recolher os meus frutos. E disse: Farei isto: Derrubarei
os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas
novidades e os meus bens; E direi a minha alma: Alma, tens em depósito
muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e folga. Mas Deus lhe
disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para
quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para
com Deus (Lucas 12:16-21); Em todo o tempo ama o amigo e para a hora da angústia nasce o irmão (Provérbios 17:17);
O homem de muitos amigos
deve mostrar-se amigável, mas há um amigo mais chegado do que um irmão (Provérbios 18:24);
Não andeis, pois, inquietos,
dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? Porque
todas estas coisas os gentios procuram. Decerto vosso Pai celestial bem sabe
que necessitais de todas estas coisas; Mas, buscai primeiro o reino de
Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não
vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si
mesmo. Basta a cada dia o seu mal (Mateus 6:31-34).
NELE,
Jesus, o amigo incomparável, Rogério do Amaral
Bem se vê que na atualidade, nada acontece diferente do que acontecia nos tempos de Jesus. Os mesmos pensamentos, atitudes e consequências. Apesar dos séculos decorridos, das advertências do mestre, caímos nas mesmas armadilhas, escolhendo os resultados fáceis e imediatos, que satisfazem nossos desejos e descuidam os do que é eterno.
ResponderExcluirUma pena esta constatação deste caminho pernicioso que algumas igrejas evangélicas têm enveredando. Infelizmente é uma realidade que prejudica, e muito, o trabalho de pessoas sérias, comprometidas com o evangelho genuíno de Cristo. E vemos muitas igrejas sérias, históricas, sendo enredados pra esta "teologia".
ResponderExcluir