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sábado, 24 de março de 2018

Pastorais: SOBRE OS NOSSOS PECADOS - Pr ROGÉRIO AMARAL


SOBRE OS NOSSOS PECADOS

                     Acredito que temos total consciência de que todos nós somos pecadores (“Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós” – 1Jo 1:8) e que tudo começou com Adão e Eva (“Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu” – Gn 3:6), isto aconteceu quando Adão e Eva sabiam que não podiam comer do fruto da árvore do bem e do mal e, por conseqüência, todos nós herdamos o estado de pecador; e que a libertação desta maldição veio através de Jesus Cristo (“Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo” - 1 Coríntios 15:22; “Pois assim está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O último Adão, porém, é espírito vivificante” - 1 Coríntios 15:45). Contudo o tempo tem passado e nós, que cremos em Jesus, continuamos titubeando, sem saber como devemos proceder em relação aos nossos pecados. Analisemos, pois o comportamento daqueles de quem nós, após a quebra da total comunhão com Deus, herdamos esta maldição que nos gera a morte eterna e nos afasta de Jesus, Adão e Eva:
1-      “Então, disse o homem: A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi” (Gn 3:12). Encontramos aqui a omissão de Adão em frente a sua responsabilidade sobre o seu respectivo pecado; e, além de se omitir, ele ainda transfere a responsabilidade para a mulher. Ninguém assumiu a culpa;
2-       “Disse o SENHOR Deus à mulher: Que é isso que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente me enganou, e eu comi” (Gn 3:13). Como diz a Bíblia: “Um abismo chama outro abismo (Sl 42:7)”. Essa verdade relatada neste versículo fica bem retratada, como se pode observar, na origem do pecado;
3-      “Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi” (Gn 3:10). Depois do pecado eles se envergonharam de si mesmo, haviam perdido a comunhão com Deus;
4-      “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3:15). É decretada a guerra entre Satanás e o homem feito à imagem e semelhança de Deus, guerra esta que terá o seu término com o Reino do Messias (Jo 19:30).
Observamos que desde a contaminação pelo pecado, o homem encontra grandes dificuldades em saber como se comportar perante Deus, perante o próximo e perante si mesmo após ter concebido o pecado.
Observemos as instruções que a Bíblia nos dá sobre este “câncer” chamado pecado:
Ø  Primeiro, devemos entender que somos pecadores e que graças à multidão das misericórdias do Senhor Deus Pai, demonstrada através do sacrifício do Senhor Jesus Cristo na cruz do Calvário, é que todos aqueles que nEle crer têm os pecados perdoados e a vida eterna garantida (1Jo 1:8; Rm 3:23; Rm 5:8; Rm 5:12,19; 1 Tm 1:15; Mt 16:16; Jo 10:4,9-11);
Ø  Em segundo lugar, devemos entender que o sacrifício de Jesus na cruz é salvífico e o único capaz de perdoar os nossos pecados (Hb 12:17; 1 Jo 1:7; 2:2, 4:10; Hb 7:28, 9:11; );
Ø  Em terceiro lugar precisamos assumir os nossos pecados, reconhecer que fomos nós que os cometemos (Nm 22:34; Js 7:20; 1 Sm 15:24; 2 Sm 12:13, 24:10; Sl 51:4; Lc 15:21);
Ø  Em quarto, é necessário crer e entender que somente através do real e verdadeiro arrependimento obtemos o perdão dos nossos pecados (Mt 4:17, 26:75; Mc 1:15; 2 Pe 3:9);
Ø  Em quinto, é preciso confessar os nossos pecados a Deus e deixá-los (Pv 28:13; Rm 10:10; 1 Jo 1:9);
Ø  Em sexto, é mister compreender que os nossos pecados, já reconhecidos e confessados, foram perdoados e o Senhor não traz mais a lembrança (Rm 8:1; Cl 2:13-14; Hb 8:12; 10:17);
Ø  E, por último, devemos lutar todo o tempo para que não pequemos mais (Jo 8:11; Rm 8:6-7; Gl 5:17; 1 Tm 6:12).
Estes são os passos fundamentais para que tenhamos os nossos pecados perdoados e, por conseqüência, voltemos a ter uma vida de comunhão, cada vez mais profunda, com o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Contudo, precisamos compreender que somos um só corpo (1 Co 12:20), que se um dos membros estiver sofrendo deste “câncer” chamado pecado todo o corpo padecerá (Rm 8:13), que ao nosso redor há multidões de pessoas nos observando (Hb 12:1). Tendo a consciência de todas estas coisas, somos chamados à responsabilidade de assumirmos um procedimento comportamental imaculado para que não escandalizemos os outros (Mt 18:7), pois o nosso testemunho é fundamental para a salvação ou perdição de multidões de pessoas. O que eu estou tentando dizer é que os nossos pecados têm que se confessados para conseguirmos perdão, porém eles devem ser expostos a Deus e a mais ninguém (Sl 32:5, 41:4, 51:4; Dn 9:4; 1 Jo 1:9; Lc 5:24). Não digo que devemos nos portar como santarrões, como aqueles que não têm pecado algum (1 Jo 1:8), mas devemos entender que não há mérito nenhum em sermos pecadores, pelo contrário isto é motivo de vergonha (1 Co 15:34); claro que é devido ao pecado que conhecemos a graça de Deus (Rm 6-8) e por ela somos salvos por meio da fé (Ef 2:8). Mas Deus nos chamou para sermos luz do mundo e sal da terra (Mt 5:13-14); e Paulo diz quanto aos pecados, até o fato de os pronunciarmos, é vergonhoso (Ef 5:12), que não devemos escandalizar os mais fracos na fé (1 Co 8:13), que nem todos estão preparados para as coisas mais “sólidas” (1 Co 3:2; Hb 5:12, 14).
Em suma, o que quero transmitir através destas linhas é que devemos nos portar dignamente conforme a vocação pela qual fomos chamados (Ef 4:1, 4) tendo a consciência que devemos buscar a todo o momento a santificação sem a qual ninguém verá a Deus (1 Ts 4:3, 4, 7; Hb 12:4); e que a nossa vida tem que ser o reflexo do amor, do perdão e da glória de Deus; e entendermos que devemos sempre, a todo momento, constantemente, lutarmos contra o pecado e que o pecado é motivo de vergonha quando passamos a conhecer a Verdade do Evangelho do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, pois Paulo, quando fala dos seus pecados, usa os termos fraqueza, espinho na carne, o mal, a inclinação para carne... (Rm 6:19; 2 Co 12:7; Rm 7:19; Rm 8:7).
Por isso, esquecendo das coisas que para traz ficam, avançamos em direção a Jesus; e procuremos amar também por obras e não somente por palavras (Fp 3:13,14; 1 Pe 1:22; 2:12).
ROGÉRIO AMARAL

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