SOBRE
OS NOSSOS PECADOS
Acredito que temos total consciência de que
todos nós somos pecadores (“Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós
mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós” – 1Jo 1:8) e que tudo
começou com Adão e Eva (“Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer,
agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do
fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu” – Gn 3:6), isto
aconteceu quando Adão e Eva sabiam que não podiam comer do fruto da árvore do
bem e do mal e, por conseqüência, todos nós herdamos o estado de pecador; e que
a libertação desta maldição veio através de Jesus Cristo (“Porque, assim
como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo”
- 1 Coríntios 15:22; “Pois assim está escrito: O primeiro homem, Adão, foi
feito alma vivente. O último Adão, porém, é espírito vivificante” - 1
Coríntios 15:45). Contudo o tempo tem passado e nós, que cremos em Jesus,
continuamos titubeando, sem saber como devemos proceder em relação aos nossos
pecados. Analisemos, pois o comportamento daqueles de quem nós, após a quebra
da total comunhão com Deus, herdamos esta maldição que nos gera a morte eterna
e nos afasta de Jesus, Adão e Eva:
1- “Então, disse o homem: A mulher que me deste por
esposa, ela me deu da árvore, e eu comi” (Gn 3:12). Encontramos aqui a omissão
de Adão em frente a sua responsabilidade sobre o seu respectivo pecado; e, além
de se omitir, ele ainda transfere a responsabilidade para a mulher.
Ninguém assumiu a culpa;
2- “Disse o
SENHOR Deus à mulher: Que é isso que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente me
enganou, e eu comi” (Gn 3:13). Como diz a Bíblia: “Um abismo chama outro
abismo (Sl 42:7)”. Essa verdade relatada neste versículo fica bem
retratada, como se pode observar, na origem do pecado;
3- “Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e,
porque estava nu, tive medo, e me escondi” (Gn 3:10). Depois do pecado eles se envergonharam
de si mesmo, haviam perdido a comunhão com Deus;
4- “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a
tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás
o calcanhar” (Gn 3:15). É decretada a guerra entre Satanás e o homem
feito à imagem e semelhança de Deus, guerra esta que terá o seu término com o
Reino do Messias (Jo 19:30).
Observamos
que desde a contaminação pelo pecado, o homem encontra grandes dificuldades em
saber como se comportar perante Deus, perante o próximo e perante si mesmo após
ter concebido o pecado.
Observemos as
instruções que a Bíblia nos dá sobre este “câncer” chamado pecado:
Ø Primeiro, devemos entender que somos pecadores e
que graças à multidão das misericórdias do Senhor Deus Pai, demonstrada através
do sacrifício do Senhor Jesus Cristo na cruz do Calvário, é que todos aqueles
que nEle crer têm os pecados perdoados e a vida eterna garantida (1Jo 1:8; Rm
3:23; Rm 5:8; Rm 5:12,19; 1 Tm 1:15; Mt 16:16; Jo 10:4,9-11);
Ø Em segundo lugar, devemos entender que o
sacrifício de Jesus na cruz é salvífico e o único capaz de perdoar os nossos
pecados (Hb 12:17; 1 Jo 1:7; 2:2, 4:10; Hb 7:28, 9:11; );
Ø Em terceiro lugar precisamos assumir os nossos
pecados, reconhecer que fomos nós que os cometemos (Nm 22:34; Js 7:20; 1 Sm
15:24; 2 Sm 12:13, 24:10; Sl 51:4; Lc 15:21);
Ø Em quarto, é necessário crer e entender que
somente através do real e verdadeiro arrependimento obtemos o perdão dos nossos
pecados (Mt 4:17, 26:75; Mc 1:15; 2 Pe 3:9);
Ø Em quinto, é preciso confessar os nossos pecados
a Deus e deixá-los (Pv 28:13; Rm 10:10; 1 Jo 1:9);
Ø Em sexto, é mister compreender que os nossos
pecados, já reconhecidos e confessados, foram perdoados e o Senhor não traz
mais a lembrança (Rm 8:1; Cl 2:13-14; Hb 8:12; 10:17);
Ø E, por último, devemos lutar todo o tempo para
que não pequemos mais (Jo 8:11; Rm 8:6-7; Gl 5:17; 1 Tm 6:12).
Estes são os passos fundamentais para que tenhamos os nossos pecados
perdoados e, por conseqüência, voltemos a ter uma vida de comunhão, cada vez
mais profunda, com o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Contudo, precisamos
compreender que somos um só corpo (1 Co 12:20), que se um dos membros estiver
sofrendo deste “câncer” chamado pecado todo o corpo padecerá (Rm 8:13), que ao
nosso redor há multidões de pessoas nos observando (Hb 12:1). Tendo a
consciência de todas estas coisas, somos chamados à responsabilidade de
assumirmos um procedimento comportamental imaculado para que não escandalizemos
os outros (Mt 18:7), pois o nosso testemunho é fundamental para a salvação ou
perdição de multidões de pessoas. O que eu estou tentando dizer é que os nossos
pecados têm que se confessados para conseguirmos perdão, porém eles devem ser
expostos a Deus e a mais ninguém (Sl 32:5, 41:4, 51:4; Dn 9:4; 1 Jo 1:9; Lc
5:24). Não digo que devemos nos portar como santarrões, como aqueles que não
têm pecado algum (1 Jo 1:8), mas devemos entender que não há mérito nenhum em
sermos pecadores, pelo contrário isto é motivo de vergonha (1 Co 15:34);
claro que é devido ao pecado que conhecemos a graça de Deus (Rm 6-8) e por ela
somos salvos por meio da fé (Ef 2:8). Mas Deus nos chamou para sermos luz do
mundo e sal da terra (Mt 5:13-14); e Paulo diz quanto aos pecados, até o fato
de os pronunciarmos, é vergonhoso (Ef 5:12), que não devemos escandalizar os
mais fracos na fé (1 Co 8:13), que nem todos estão preparados para as coisas
mais “sólidas” (1 Co 3:2; Hb 5:12, 14).
Em suma, o que quero transmitir através destas linhas é que devemos
nos portar dignamente conforme a vocação pela qual fomos chamados (Ef 4:1, 4)
tendo a consciência que devemos buscar a todo o momento a santificação sem a
qual ninguém verá a Deus (1 Ts 4:3, 4, 7; Hb 12:4); e que a nossa vida tem que
ser o reflexo do amor, do perdão e da glória de Deus; e entendermos que devemos
sempre, a todo momento, constantemente, lutarmos contra o pecado e que o pecado
é motivo de vergonha quando passamos a conhecer a Verdade do Evangelho do nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo, pois Paulo, quando fala dos seus pecados, usa
os termos fraqueza, espinho na carne, o mal, a inclinação para carne... (Rm
6:19; 2 Co 12:7; Rm 7:19; Rm 8:7).
Por isso, esquecendo das coisas que para traz ficam, avançamos em
direção a Jesus; e procuremos amar também por obras e não somente por palavras
(Fp 3:13,14; 1 Pe 1:22; 2:12).
ROGÉRIO AMARAL
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