http://www.escolademissoes.org.br/

Translate

terça-feira, 2 de abril de 2019

EVANGELHO X INSTITUCIONALIZAÇÃO - ROGÉRIO DO AMARAL






EVANGELHO  X  INSTITUCIONALIZAÇÃO

“Um pouco além de uma costa rochosa e muito perigosa, onde sempre ocorria naufrágios, foi construída uma pequena estação salva vidas. O prédio em si nada mais era do que um simples barracão, mas uma equipe treinada de 12 membros dedicados vigiava constantemente, buscando atenta, no mar turbulento, as almas perdidas. Muitas vidas foram salvas por este corajoso grupo e assim a estação se tornou famosa. Alguns dos salvos, por especial gratidão, quiseram associar-se à estação e dentro em pouco tempo moradores da vizinhança também fazia parte dela, oferecendo generosamente seu tempo e talento para manterem esta magnifica obra. Com toda essa ajuda, foi possível comprar mais barcos e organizar novas equipes. Era bom ver como crescia a pequena estação! Mas alguns dos novos membros estavam descontentes com as instalações simples demais do pequeno barracão. Sugeriram então, que um local mais confortável e que abrigasse melhor todos os que eram salvos do mar fossem encontrado. Ficou afinal resolvido construir um novo prédio, muito mais adequado. Em lugar de leitos toscos de emergência colocaram camas autênticas e móveis compatíveis. A estação, em suas novas condições, adequava-se agora a realização de atividades sociais e seus membros decoraram seu novo clube de maneira luxuosa. Aconteceu, porém, que os sócios queriam cada vez menos arriscar a vida para salvar os náufragos e contrataram, então, equipes profissionais para substituí-los neste difícil trabalho.
O tema das decorações oficiais e os adornos artísticos do clube ainda representavam simbolicamente o mar e o heroísmo de seus fundadores. Havia também um barco no salão principal e os novos salva-vidas eram iniciados através de um completo ritual. Houve a seguir mais uma tragédia terrível. Um grande navio soçobrou e as equipes contratadas levaram até a estação centenas de vítimas. Estas, representando todas as raças e camadas sociais, com frio e exaustas. Colocados nas bonitas camas e belos estofados, os pobres náufragos, deixaram tudo em desordem. A diretoria da estação ficou aborrecida e resolveu não receber mais pessoas sujas e encharcadas. Quando os sócios souberam desta decisão, resolveram dividir esta sociedade. A maior parte achou melhor suspender inteiramente todas as atividades relacionadas com a salvação de vidas, pois elas interferiam com a vida social do clube. Outros membros, porém, reclamaram, lembrando que salvar vidas no mar era o objetivo principal da existência da estação. Mas foram derrotados pela maioria, declarando esta que se insistissem em continuar salvando vidas, teriam que começar sua própria estação em outro local. E foi isso que fizeram. No início salvaram muitas pessoas, mas com o passar dos anos a nova estação sofreu as mesmas modificações da primeira. Transformou-se em outro clube e surgiu-se assim a necessidade de abrir uma verdadeira estação salva-vidas”.
Esta triste estória simboliza o que? O cristianismo? A igreja já tem os seus aspectos sociais, mas o seu propósito básico é salvar vidas espirituais de toda raça, nação, cidade e povoado do mundo inteiro, quer essas pessoas sejam boas ou não.     Do livro: “Missão de Deus de Teston Gilpatrick)


“NA DINÂMICA do campo religioso brasileiro, grupos diferentes surgem constantemente, permanecendo alguns, desparecendo outros. Este trabalho constitui uma tentativa de mostrar como esses grupos situam-se num gradiente que caminha do momento inicial de um grupo até sua institucionalização final, seja em forma de igreja ou outra segundo sua maneira de instituir o sagrado”.
“As religiões se organizam de maneira que, com muita frequência, o argumento da busca de Deus é administrado de forma que, na realidade, o que se consegue é “poder”, “dinheiro” e “privilégios”. Isto é o que o Evangelho de Jesus não suporta”, escreve José María Castillo, em artigo publicado por Religión Digital, 19-07-2017. A tradução é do Cepat.
Religião é um conjunto de crenças e filosofias que são seguidas, formando diferentes pensamentos. Cada religião tem suas diferenças quanto a alguns aspectos, porém a grande maioria se assemelha em acreditar em algo ou alguém do plano superior e na vida após a morte. Entre a grande quantidade de religiões existentes hoje no mundo, existem aquelas que se sobressaem e conseguem conquistar um grande número de fiéis. Podemos enumerar: Judaísmo, Cristianismo, Islamismo, Hinduísmo e Budismo.
Religião é um sistema qualquer de ideias, de fé e de culto. Religião é um corpo autorizado de comungantes que se reúnem periodicamente para prestar culto a um deus, aceitando um conjunto de doutrinas que oferecem algum meio de relacionar o indivíduo àquilo que é considerado ser a natureza última da realidade.
O Evangelho, por sua vez, é Cristo crucificado, sua obra consumada na cruz. E pregar o Evangelho é apresentar Cristo publicamente como crucificado. O Evangelho não é apenas as Boas Novas de um neném na manjedoura, de um jovem numa banca de carpinteiro, de um pregador nos campos da Galiléia, ou mesmo de uma sepultura vazia. Não! Pelo contrário. O Evangelho trata de Cristo na cruz. O Evangelho só é pregado quando Cristo é “publicamente exposto na sua cruz”, levando sobre si os nossos pecados, e a ressurreição de Jesus nos garantindo que ELE tem todo o poder e que a morte foi vencida em Cristo Jesus. A religião é obra, é criação de Deus; a religião busca méritos nos homens. O Evangelho é obra do Senhor e é o próprio Senhor, no Evangelho todo o mérito pertence a Deus, toda a glória pertence ao Senhor, o Evangelho é Deus buscando homem, vindo resgatar o homem perdido (Jo 3:16, Ef 2:8).
A religião atua segundo o princípio “obedeço, logo, sou aceito por Deus”, mas o evangelho funciona segundo o princípio “sou aceito por Deus por meio do que Cristo fez, logo, obedeço. Na religião, tentamos obedecer aos padrões divinos por medo. Acreditamos que se não obedecermos, perderemos a benção de Deus neste mundo e no próximo. No evangelho a motivação é nossa gratidão pela benção já recebida por causa de Cristo.
Em um contexto religioso, sentimos estar satisfazendo os padrões religiosos que nós mesmos escolhemos, daí a sensação de superioridade e o desdém com relação aos que não seguem o verdadeiro caminho. O evangelho cristão diz que somos tão falhos que Jesus precisou morrer por nós, mas ainda assim somos amados e valorizados (e Jesus fez questão de morrer por nós). Isso leva, ao mesmo tempo, a uma humildade profunda e a uma profunda confiança. Acaba tanto com a presunção quanto com a lamúria. O cristão não pensa mais ou menos de si.Em vez disso, o cristão pensa  menos em si.
Até o século IV não havia a palavra cristianismo, isto é, não havia a religião, não havia a instituição, o que havia era O POVO DO CAMINHO, O POVO QUE, EM ATOS 11:16, É CHAMADO DE CRISTÃO, até que Constantino se “apodera das Boas Novas”, tenta “domesticar” o povo do Caminho e a fé deste povo, e cria o cristianismo, onde, na maioria das pessoas, não existe mais a conversão pelo Espírito Santo (novo nascimento) e sim a conversão para agradar ao imperador Constantino. O evangelho é a superação da religião. O cristianismo é uma religião. O evangelho é, portanto, a superação do cristianismo.
O Evangelho busca o homem por amor a Deus e por amor a Deus aprende a amar o próximo como a si mesmo, a institucionalização usa o nome de Deus para ganhar fama e poder e abusa do próximo, ainda dizendo que o ama, para demonstrar a sua fama e poder.
A religião-institucionalização tenta se apoderar do Evangelho e, consequentemente, modifica-lo. A instituição é saudável, pois a instituição é um instrumento para pregar o Evangelho, para fazer Jesus conhecido, mas quando a instituição virá o fim em si mesmo, quanto a instituição vira a religião, a “detentora do Evangelho”, ela deixa de ser instituição saudável e vira institucionalização maquiavélica.
Jesus nunca aboliu as sinagogas e o templo, mas vivendo a vida como a vida é, transbordando o Evangelho na caminhada de sua existência, ele quis mostrar para os religiosos, para os institucionalizados, o que São As Boas Novas, o que é o Evangelho da Salvação.
Timothy Keller, em seu livro Fé na Era do Ceticismo, afirma  existir  um grande abismo entre a visão de que Deus nos aceita em decorrência de nosso esforço e a visão de Deus nos aceita com base no que Jesus fez

“Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão”. Gálatas 5:1
“Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei”. Gálatas 5:18
“As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne”.  Colossenses 2:22-23


NELE, que nos libertou para vivermos nELE, Rogério do Amaral

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Com o desejo de ter você como companhia nesta caminhada e obra que o Senhor nos tem confiado, ficamos feliz com o seu comentárioa.

Que o Senhor lhe abençoe!