PEQUENOS-GRANDES
NOBRES GESTOS
“E, estando por
detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas, e
enxugava-lhos com os cabelos da sua cabeça; e beijava-lhe os pés, e ungia-lhos
com o ungüento. Quando isto viu o fariseu que o tinha convidado, falava
consigo, dizendo: Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que
lhe tocou, pois é uma pecadora. E respondendo, Jesus disse-lhe: Simão, uma
coisa tenho a dizer-te. E ele disse: Dize-a, Mestre. Um certo credor tinha dois
devedores: um devia-lhe quinhentos dinheiros, e outro cinqüenta. E, não tendo
eles com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Dize, pois, qual deles o amará mais?
E Simão, respondendo, disse: Tenho para mim que é aquele a quem mais perdoou. E
ele lhe disse: Julgaste bem. E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês
tu esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; mas esta
regou-me os pés com lágrimas, e mos enxugou com os seus cabelos. Não me deste ósculo,
mas esta, desde que entrou, não tem cessado de me beijar os pés. Não me ungiste
a cabeça com óleo, mas esta ungiu-me os pés com ungüento. Por isso te digo que
os seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem
pouco é perdoado pouco ama. E disse-lhe a ela: Os teus pecados te são
perdoados”. (Lucas 7:38-48)
Não
peguei na íntegra a época em que as pessoas eram, andavam e se alegravam com as
coisas simples da vida – almoçar em família; conversar à beira de uma fogueira;
tirar o leite da vaca pela manhã; dormir cedo e acordar cedo; pedir a benção
aos pais; dizer e cumprir o que fora dito e combinado, pois a palavra valia
mais do que qualquer assinatura; época em que o vizinho era como o bom parente
mais próximo e era um prazer deixar o portão aberto para quando ele quisesse
entrar e tomar um café; ver os filhos dos filhos crescerem, etc. infelizmente
não peguei esta época em que as pessoas eram, de maneira geral, honradas e se
alegravam pelo simples e glorioso fato de estarem vivas e terem a sua família
em volta de si, com saúde; época em que um olhar dos pais falava mais do que
qualquer discurso de disciplina, época em que o castigo e ou a palmada aos
filhos eram a correção de amor para que os filhos fossem gente boa de Deus,
fossem pessoas educadas e respeitosas, época em que o professor era um formador
e como tal, e como pessoa de grande valia numa sociedade, era respeitado em
todos os sentidos. Época boa, creio eu.
Então vem a revolução industrial, entre outras coisas, e a
mentalidade mudou. As pessoas querem possuir cada vez; desejam cada vez mais
coisas Faraônicas (isto já invadiu as igrejas); querem cada vez mais ter e cada
vez menos ser. As pessoas lançaram-se de tal maneira às posses que criaram um
enorme abismo entre elas, dentro de si mesmo e entre elas e Deus.
Nesta
nova e terrível visão da vida, neste sentimento materialista, egocêntrico e
individualista colocaram o seu relacionamento com Deus como algo de somenos,
como algo sem importância e, quando muito, na maioria, colocaram Deus como um
instrumento, um meio para realizar os seus próprios desejos egoístas; muitos
chegam a achar que agradam a Deus pela quantidade de coisas e dinheiro que
possuem, isto é, acham que as posses “testemunham que Deus deu”, assim sendo
acreditam que Deus só é Deus se ELE dar coisas materiais e, por consequência,
se a pessoa tem muitas posses Deus está se agradando dela e ela se agradando de
Deus (dentro deste raciocínio Deus deve estar satisfeito com a máfia italiana,
entre outras).
Levando
esta visão para a religião enquanto instituição, olhamos as pessoas construírem
templos enormes e luxuosos e alegarem que Deus gosta do melhor, sendo que não
enxergam que a melhor posse é a de acumular vidas ganhas para Jesus, que a
melhor posse e não deixar o próximo necessitado, que a melhor posse é fazer
tudo no e em amor (amor segundo o amor de Deus), que a melhor posse é ser o bom
perfume de Deus na terra, que a melhor posse é ser um instrumento de justiça,
que a melhor posse é ser o bom perfume de Deus nesta terra; e que o melhor para
Deus é o que é simples, verdadeiro e feito com amor (“Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a
um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” - Sl 51:17) e, enquanto
vivem nesta vida de barganhas, nesta vida de posses na terra, nesta vida
egocêntrica, estão longe da paz, pois as posses não as satisfazem e ficam na
busca desenfreada de quererem cada vez mais e o mais nunca é o bastante;
esquecem de olhar e querer abençoar o próximo; perderam o prazer na família, no
cuidar dos filhos (agora quem cuida é a babá ou a TV), perderam o amor por
evangelizar cada pessoa, de levar ao outro o conhecimento que o melhor da vida
é Jesus, pois só Jesus dá vida em abundância e vida eterna. Estão passando pela
vida sem desfrutar o que realmente é vida, o que realmente dar paz, alegria e
dar comunhão com Deus e com o próximo.
Hoje vemos
um mundo violento, sem amor, mesmo vendo o número de “cristãos” crescendo.
Talvez o povo, na época que Jesus veio, pensasse que agradaria Jesus com
grandes orações, com templos belíssimos, com posturas seriíssimas, com grandes
pompas, etc. Mas aí vem uma mulher e faz gestos simples, porém o faz em amor,
sem vergonha de amar, ignorando o que a mídia e os “amigos” diriam, mas
simplesmente amando e se importando com o que Jesus acharia e diria, querendo
agradar tão somente o Criador, Senhor e Salvador.
Quero dizer
que quase nunca Jesus bate palmas para o que é grandioso, mas sempre bate palma
para o que é glorioso, o que é humano e feito em amor.
Pensemos em
como estamos vivendo e quais têm sido os nossos objetivos nesta vida que Deus
nos deu. Experimente olhar os pássaros, o vento, o mar, os filhos, o cônjuge,
etc e se alegrarem pela vida que há em Jesus e que Ele deseja para você e para
mim.
NELe, que
ama o que é simples e nobre e que ama você pelo que você é e não pelo que você
tem,
Rogério do Amaral
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