EXAMINE-SE
Mt
7:1-5 “NÃO julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que
julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de
medir a vós. E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e
não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar
o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a
trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão”.
Seres
humanos...
Costumo dizer que somos a raça, a espécie mais difícil de lhe dar,
de compreender e, muitas vezes, de se amar e permanecer amando. Mas o
interessante é que nós é que fomos criados a imagem e semelhança de Deus, nós
que fomos chamados para sermos os representantes de Deus, representantes do
perdão, da compaixão, da humildade, da graça, do amor, da salvação, da
misericórdia, da compreensão, da tolerância justa, da paz, da vida eterna de
Deus neste mundo caído. Vê se pode, logo nós, tão falhos que somos, tão
inconstantes, tão pecadores e ingratos.
Esta
passagem de Mateus fala sobre o julgamento, isto é, do costume e da facilidade
que possuímos de nos autopromovermos a juízes. Mas também mostra a dificuldade
que temos de assumirmos as nossas culpas, as nossas falhas, os nossos erros, as
nossas limitações, os nossos pecados, e a facilidade que temos de vermos isto
tudo nos outros. Esta prática de transferirmos as nossas culpas e
responsabilidades para os outros não é nova, pelo contrário, ela é muito
antiga, isto começou no Jardim do Éden quando Adão desobedeceu a Deus e pôs a
culpa em Eva e no próprio Deus, por sua vez Eva culpou a serpente (Gn
3:12-13) e, assim fazendo, eles se afastaram de Deus. Sabem por quê se
afastaram? Porque o perdão de Deus só acontece quando nos arrependemos, e o
arrependimento só existe quando assumimos os nossos erros, as nossas falhas, os
nossos pecados.
Quando
Jonas fugia da vontade de Deus (Jn 1), as coisas só começaram a melhorar quando
ele disse que a culpa da tempestade era dele; também foi assim com o filho
pródigo; foi assim com Davi perante o profeta Nata (Leia o Sl 51), etc. Sempre
foi, é e será assim.
Contudo,
esta regra de causa e efeito não se dá somente de nós para com Deus, é também
entre nós e a nossa esposa/o, dos pais para com os filhos e dos filhos para com
os pais, do empregado para com o patrão e vice-versa, entre os irmãos, entre os
amigos, entre os inimigos, (1 João 4:20 “Se alguém declarar: “Eu amo a Deus!”, porém
odiar a seu irmão, é mentiroso, porquanto quem não ama seu irmão, a quem vê,
não pode amar a Deus, a quem não enxerga”), etc.
Somente
quando reconhecemos e assumimos os nossos erros, quando entendemos que somos
falhos e dependemos de compreensão, graça e misericórdia e, se necessário for,
pedimos perdão, é aí, e só aí que conseguimos viver em harmonia, é que
conseguimos demonstrar e viver a paz, demonstrar a verdadeira salvação, a
certeza da vida eterna, e, se cada um fizer assim, conseguiremos cumprir o que
disse Jesus: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que
vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” (Mt
5:16).
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