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quarta-feira, 6 de junho de 2018

PASTORAIS: JULGAMENTOS-CONCLUSÕES / JUÍZOS-CONDENAÇÕES - Pr ROGÉRIO AMARAL



JULGAMENTOS-CONCLUSÕES  / JUÍZOS-CONDENAÇÕES

1 Coríntios 5: 8. Por isso, celebremos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da perversidade, mas com os pães sem fermento da sinceridade e da verdade. 9. Já lhes disse por carta que vocês não devem associar-se com pessoas imorais. 10. Com isso não me refiro aos imorais deste mundo, nem aos avarentos, aos ladrões ou aos idólatras. Se assim fosse, vocês precisariam sair deste mundo. 11. Mas agora estou lhes escrevendo que não devem associar-se com qualquer que, dizendo-se irmão, seja imoral, avarento, idólatra, caluniador, alcoólatra ou ladrão. Com tais pessoas vocês nem devem comer. 12. Pois, como haveria eu de julgar os de fora da igreja? Não devem vocês julgar os que estão dentro? 13. Deus julgará os de fora. "Expulsem esse perverso do meio de vocês".


É incrível como o ser humano tem um piloto automático para julgamentos sobre terceiros, para conclusões precipitadas sobre o outro, e o pior é que  a maioria desses juízos é para o mal, é para depreciar, para ridicularizar, para oprimir o outro.
Normalmente os juízos são tendenciosos, depreciativos e são feitos por  pessoas que nunca caminharam uma milha com a pessoa que sofre o juízo, nunca comeram 100 gr de sal com o outro, visto que quem caminha junto não levanta pré-conclusões, pois quem caminha junto sabe da realidade como de fato ela é, vê de forma clara e não embaçada, não conclui por pré-juízos, mas por ter se alegrado com a alegria do outro como também por ter chorado com a tristeza do outro.

Mateus 11: 18. Pois veio João, que jejua e não bebe vinho, e dizem: ‘Ele tem demônio’. 19. Veio o Filho do homem comendo e bebendo, e dizem: ‘Aí está um comilão e beberrão, amigo de publicanos e "pecadores". Mas a sabedoria é comprovada pelas obras que a acompanham"’.  Esta prática de julgamento-conclusões pela ótica depreciativa foi vivida por Jesus e alertada pelo mesmo. A bíblia diz, sobre Jesus: “Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?”, “Não é ele filho de José o carpinteiro e a sua mãe não é Maria”. Sem me alongar em vários exemplos bíblicos, lembro de Amós, o profeta, que era boiadeiro, era do Reino do Norte e foi pregar no Reino do Sul, tem Paulo que o profeta Ananias tem medo de ir falar com ele, pois a última notícia que o profeta Ananias tinha era que Paulo prendia e matava os do Caminho (os cristãos), aí Deus tem que convencer ao profeta de que Paulo era, agora, uma nova criatura, uma nova pessoa, estava vivendo um novo momento.
Entendo eu que hoje, com o advento das redes sociais, os juízos afloraram, parece que o piloto automático dos pré-juízos está mais sensível, até com a força do vento ele é acionado, visto que se alguém coloca uma situação adversa que está vivendo, ela quer passar por vítima, é auto-piedade, mas se a mesma pessoa (estou dando exemplo de maneira generalizada) coloca algo de grande alegria, de um passeio maravilhoso, dizem que esta pessoa é soberba, está esbanjando e, dependendo de onde advém a sua renda, ela está explorando o outro. Aí, dentro desse contexto, vemos pessoas que não aceitam participar de redes sociais (as redes sociais, a internet, vieram para ficar, isto não tem jeito) ou se participam ficam cheio de dedos de tudo aquilo que vão publicar, passando assim a viver uma “capa”, uma inverdade nas redes sociais (sei que têm os que fogem à estes dois grupos, mas estes são exceções).

Sabe, sei que a Bíblia diz que “ai daqueles por quem vierem os escândalos”, no entanto temos que saber o que de fato é escândalo. Jesus foi parar na cruz por julgamentos feitos por aqueles que não conseguiram discernir quem ELE de fato era-é. Paulo, seguindo o exemplo de Jesus, adentro em comunidades-sociedades que, até então, não era para se pregar o evangelho. John Wesley, através de quem nasceu o Metodismo, chegou a pregar em cima do túmulo do seu pai.
Lembro-me de quando eu e a minha família estávamos em missão no Peru, onde passamos adversidades que somente Deus sabe as quais foram, pessoas chegaram a dizer que estávamos muito bem e até teve quem dissesse que estávamos exagerando o que vivíamos, mesmo nós não abrindo tudo o que vivemos.
Por que é tão difícil o ser humano querer se aproximar do outro como um ajudador e, assim, saber realmente qual a realidade do outro? Por que é tão fácil-prático-automático para o ser humano colocar uma toga, se apropriar de um martelo e exercer juízos conclusivos sobre o outro? Por que estamos sempre dispostos a puxar o tapete do outro, depreciar o outro e muito raramente queremos olhar o outro com olhar de misericórdia e possibilidade de amor?

Para terminar, pergunto se não conseguimos enxergar que este comportamento de juízos está criando relações de temores e mentiras? Será que não conseguimos enxergar que estamos perdendo e tirando do outro a oportunidade de cada ser quem realmente é? O pior é que este comportamento, estas ações e reações, adentraram no meio do povo de Deus, começaram a guiar o comportamento-mente do povo de Deus.

Amados, confesso que tenho estado muito preocupado com os nossos comportamentos e relacionamentos de fechadas, superficiais e cheios de juízos precipitados, conclusões sem conhecimento de causa.

Oro ao Senhor Jesus, este que disse que se ELE nos libertar verdadeiramente seremos livres, para que fujamos dos escândalos, mas para que sejamos amigos que caminham juntos, para que sejamos rápido para estender a mão e compreender o outro, para que sejamos transparentes andando na luz, que é Cristo, e sendo a luz, que é Cristo em nós, esperança da glória.
Sei que ficou grande o texto e espero ter conseguido passar o que está em meu coração e oro para que seja de benção para todos, quizá para uma pessoa que seja.

NELE, que esquadrinha os rins e sonda os corações, Pr. Rogério Amaral

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