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quarta-feira, 11 de abril de 2018

Estudo: O DISCIPULADO NA IGREJA PRIMITIVA. PERDEMOS ALGO QUE DEVEMOS ENCONTRAR?








O DISCIPULADO NA IGREJA PRIMITIVA - PERDEMOS ALGO QUE DEVEMOS ENCONTRAR?
O DISCIPULADO NA IGREJA PRIMITIVA - PERDEMOS ALGO QUE DEVEMOS ENCONTRAR?


“E todos os dias no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cristo”.  “O discipulado cristão é uma expressão vital da vida cristã. Ensiná-lo é imperativo; negligenciá-lo é trágico. (...) Com tal ênfase no Novo Testamento, não será verdade que a igreja cristã na pátria e no exterior falha porque negligência a essência da comissão de Cristo? Nós evangelizamos, realizamos conversões, mas falhamos quanto a fazer discípulos”. 

O Discípulo é literalmente um aprendiz, aquele que segue os ensinamentos de alguém. Referente a Jesus, o discípulo não tem apenas a relação de professor e aluno, mas de plena confiança, onde o discípulo confia todas as áreas de sua vida nas mãos de seu mestre, que não é apenas seu professor, mas principalmente seu Senhor. Jesus chama de discípulos todos aqueles que permanecem em sua palavra. Entretanto, discípulos não são feitos de uma hora para outra é algo que leva tempo.

Apesar de vivermos em um contexto cultural diferente da época dos apóstolos, os desafios permanecem os mesmos à evangelização em um mundo que é indiferente e hostil aos ensinamentos de Cristo. A necessidade de arrependimento e crer em Jesus Cristo para remissão dos pecados, como era a necessidade do mundo na época dos eventos registrados no livro de Atos dos Apóstolos são a mesma do mundo atual, e creio que o que está registrado nas páginas das Sagradas Escrituras é manual divino para todas as épocas, no papel de direcionar a igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo na sua tarefa de fazer discípulos de todas as nações.

Como eles desempenharam esta tarefa? Podemos ver claramente que os apóstolos seguiram o exemplo do Senhor Jesus em formar discípulos. Seus métodos de instrução e associação, que podemos chamar também de ensino e comunhão, estavam presentes no ministério dos apóstolos e dos primeiros cristãos:

“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão e nas orações. (...) Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum” – Atos 2:42-47; 
“E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cristo” – Atos 5:42;
“E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja e ensinaram muita gente. Em Antioquia foram os discípulos pela primeira vez chamados cristãos” – Atos 11:26. 

Através de textos como este, podemos perceber que discipulado é uma experiência única e também contínua, é crescer na graça e conhecimento do Senhor Jesus Cristo. Pentecostes, citado no capítulo dois do livro de Atos, não gerou logo discípulos. Como Peters observou, não é dito nada sobre os discípulos nos cinco primeiros capítulos de Atos exceto que eram aplicados no estudo da Palavra, fiéis em suas amizades, fervorosos em suas orações e contribuíam muito e eram hospitaleiros.

A pregação, testemunho e ensinamentos eram reservados apenas aos apóstolos e apenas depois de os novos cristãos terem se acostumado ao meio de vida cristão conforme os ensinamentos dos apóstolos e fortalecendo as novas amizades entre os irmãos é que eles estavam prontos para agirem como testemunhas fiéis do Senhor. É muito importante que haja tempo, amizade e ensinamento no processo de discipulado.

A PRIMEIRA OPORTUNIDADE PARA APLICAR A LIÇÃO APRENDIDA

Tempo, amizade e ensinamento. Esses princípios usados pelo Senhor Jesus ao discipular os apóstolos, deveriam agora, direcionados e capacitados pelo Espírito Santo de Deus, ser usados pelos apóstolos na sua tarefa de fazer discípulos de todas as nações. E não demorou muito para que eles tivessem a primeira oportunidade para aplicarem as lições que haviam aprendido após três anos andando com Jesus, sendo discipulados pelo Senhor. Esses princípios aplicados pelos apóstolos são observados logo de início, diante do seu primeiro desafio de fazer discípulos logo após a primeira pregação realizada por Pedro após a poderosa manifestação do Espírito Santo batizando aqueles que estavam esperando, conforme Jesus orientou. Havia um grande número de convertidos que agora precisavam ser discipulados:

“De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas.” 
Após a poderosa e ungida pregação de Pedro, o resultado da ação do Espírito Santo através da pregação da Palavra gerou três mil novos convertidos, três mil bebês espirituais, que precisavam ser alimentados; eram três mil novas vidas que precisavam ser discipuladas. Como os apóstolos agiram diante deste desafio, sendo que dentro de poucos dias muitos destes convertidos judeus voltariam para suas nações de origem? Não podemos esquecer-nos do que diz o texto sagrado:

“E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu. E correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! Não são galileus todos esses homens que estão falando? Como pois os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos? Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, e Judéia, e Capadócia, e Ponto e Ásia, e Frígia, e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos (tanto judeus como prosélitos), e cretenses, e árabes, todos os temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus.”

Os apóstolos criaram condições emergenciais para que antes de voltarem para suas nações, estes novos convertidos fossem discipulados, para que conhecessem mais ao Senhor:

“E perseveraram na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade. E perseveravam unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar”. 

Como observamos anteriormente, após este relato de Lucas, nada é mais dito acerca destes novos discípulos até o capítulo seis, e a questão dos sinais e maravilhas e ensino era feitos pelos apóstolos. (Atos 2.42), não pelos novos discípulos. Estes apenas aprenderam tudo, ouvindo e observando o exemplo dos apóstolos. Eles cresceram como crianças recém-nascidas, observando tudo e ouvindo atentamente, para depois imitar. Nasceram e foram criados em um ambiente de comunhão e instrução.

No discipulado, comunhão e ensino andam juntos, pois o discípulo aprende pelo exemplo de seu mestre, do discipulador. Sejamos atentos ao que diz o relato das Escrituras Sagradas: Eles ouviam o ensino dos apóstolos e viam seus exemplos, que podem ser listados segundo Leroy Eims:

1.      Aprenderam a perseverar em meio às perseguições por causa do evangelho (Atos 4.17; 5.18, 40);
2.      Aprenderam como os apóstolos pregavam o evangelho em todas as oportunidades (At 3.14, 15; 4.10, 33; 5.30, 31);
3.      Aprenderam como os apóstolos a reagir com alegria diante da perseguição pelo nome de Cristo (At 5.41).

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