O DISCIPULADO NA IGREJA PRIMITIVA - PERDEMOS ALGO
QUE DEVEMOS ENCONTRAR?
“E todos os dias no templo e nas casas, não
cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cristo”. “O discipulado cristão é uma expressão vital da vida cristã.
Ensiná-lo é imperativo; negligenciá-lo é trágico. (...) Com tal ênfase no Novo
Testamento, não será verdade que a igreja cristã na pátria e no exterior falha
porque negligência a essência da comissão de Cristo? Nós evangelizamos,
realizamos conversões, mas falhamos quanto a fazer discípulos”.
O Discípulo é literalmente um aprendiz, aquele que segue
os ensinamentos de alguém. Referente a Jesus, o discípulo não tem apenas a
relação de professor e aluno, mas de plena confiança, onde o discípulo confia
todas as áreas de sua vida nas mãos de seu mestre, que não é apenas seu
professor, mas principalmente seu Senhor. Jesus chama de discípulos todos
aqueles que permanecem em sua palavra. Entretanto, discípulos não são
feitos de uma hora para outra é algo que leva tempo.
Apesar de vivermos em um contexto cultural diferente da época dos
apóstolos, os desafios permanecem os mesmos à evangelização em um mundo que é
indiferente e hostil aos ensinamentos de Cristo. A necessidade de
arrependimento e crer em Jesus Cristo para remissão dos pecados, como era a
necessidade do mundo na época dos eventos registrados
no livro de Atos dos Apóstolos são a mesma do mundo atual, e creio que o que
está registrado nas páginas das Sagradas Escrituras é manual divino para todas
as épocas, no papel de direcionar a igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo na sua
tarefa de fazer discípulos de todas as nações.
Como eles desempenharam esta tarefa?
Podemos ver claramente que os apóstolos seguiram o exemplo do Senhor Jesus em
formar discípulos. Seus métodos de instrução e associação, que podemos
chamar também de ensino e comunhão, estavam presentes no ministério dos apóstolos
e dos primeiros cristãos:
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na
comunhão, e no partir do pão e nas orações. (...) Todos os que criam estavam
juntos e tinham tudo em comum” – Atos 2:42-47;
“E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam
de ensinar e de anunciar a Jesus Cristo” – Atos 5:42;
“E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela
igreja e ensinaram muita gente. Em Antioquia foram os discípulos pela primeira
vez chamados cristãos” – Atos 11:26.
Através de textos como este, podemos perceber que discipulado é
uma experiência única e também contínua, é crescer na graça e conhecimento do
Senhor Jesus Cristo. Pentecostes, citado no capítulo dois do livro de
Atos, não gerou logo discípulos. Como Peters observou, não é dito nada sobre os
discípulos nos cinco primeiros capítulos de Atos exceto que eram aplicados no
estudo da Palavra, fiéis em suas amizades, fervorosos em suas orações e
contribuíam muito e eram hospitaleiros.
A pregação, testemunho e ensinamentos eram reservados apenas aos
apóstolos e apenas depois de os novos cristãos terem se acostumado ao meio de
vida cristão conforme os ensinamentos dos apóstolos e fortalecendo as novas
amizades entre os irmãos é que eles estavam prontos para agirem como
testemunhas fiéis do Senhor. É muito importante que haja tempo, amizade e
ensinamento no processo de discipulado.
A PRIMEIRA OPORTUNIDADE PARA
APLICAR A LIÇÃO APRENDIDA
Tempo, amizade e ensinamento. Esses princípios
usados pelo Senhor Jesus ao discipular os apóstolos, deveriam agora,
direcionados e capacitados pelo Espírito Santo de Deus, ser usados pelos
apóstolos na sua tarefa de fazer discípulos de todas as nações. E não demorou muito para
que eles tivessem a primeira oportunidade para aplicarem as lições que haviam
aprendido após três anos andando com Jesus, sendo discipulados pelo Senhor.
Esses princípios aplicados pelos apóstolos são observados logo de início,
diante do seu primeiro desafio de fazer discípulos logo após a primeira
pregação realizada por Pedro após a poderosa manifestação do Espírito Santo
batizando aqueles que estavam esperando, conforme Jesus orientou. Havia um
grande número de convertidos que agora precisavam ser discipulados:
“De sorte que foram batizados os que de bom grado
receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase três mil
almas.”
Após a poderosa e ungida pregação de Pedro, o resultado da ação do
Espírito Santo através da pregação da Palavra gerou três mil novos convertidos,
três mil bebês espirituais, que precisavam ser alimentados; eram três mil novas
vidas que precisavam ser discipuladas. Como os apóstolos agiram diante deste
desafio, sendo que dentro de poucos dias muitos destes convertidos judeus
voltariam para suas nações de origem? Não podemos esquecer-nos do que diz o
texto sagrado:
“E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões
religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu. E correndo aquela voz,
ajuntou-se uma multidão e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua
própria língua. E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros:
Pois quê! Não são galileus todos esses homens que estão falando? Como pois os
ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos? Partos e
medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, e Judéia, e Capadócia, e Ponto
e Ásia, e Frígia, e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e
forasteiros romanos (tanto judeus como prosélitos), e cretenses, e árabes,
todos os temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus.”
Os apóstolos criaram condições emergenciais para que antes de voltarem
para suas nações, estes novos convertidos fossem discipulados, para que
conhecessem mais ao Senhor:
“E perseveraram na doutrina dos apóstolos, e na
comunhão, e no partir do pão, e nas orações. Em cada alma havia temor, e muitas
maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. Todos os que criam estavam juntos
e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com
todos, segundo cada um tinha necessidade. E perseveravam unânimes todos os dias
no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de
coração, louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias
acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar”.
Como observamos anteriormente, após este relato de Lucas, nada é mais
dito acerca destes novos discípulos até o capítulo seis, e a questão dos sinais
e maravilhas e ensino era feitos pelos apóstolos. (Atos 2.42), não pelos novos
discípulos. Estes apenas aprenderam tudo, ouvindo e observando o exemplo dos
apóstolos. Eles cresceram como crianças recém-nascidas, observando tudo e ouvindo
atentamente, para depois imitar. Nasceram e foram criados em um ambiente de
comunhão e instrução.
No discipulado, comunhão e ensino andam juntos,
pois o discípulo aprende pelo exemplo de seu mestre, do discipulador. Sejamos atentos ao que diz
o relato das Escrituras Sagradas: Eles ouviam o ensino dos apóstolos e viam
seus exemplos, que podem ser listados segundo Leroy Eims:
1. Aprenderam a
perseverar em meio às perseguições por causa do evangelho (Atos 4.17; 5.18,
40);
2. Aprenderam
como os apóstolos pregavam o evangelho em todas as oportunidades (At 3.14, 15;
4.10, 33; 5.30, 31);
3. Aprenderam
como os apóstolos a reagir com alegria diante da perseguição pelo nome de
Cristo (At 5.41).
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